...:::::ELAS DIZEM::::....

Meninas, idéias e opiniões.

Wednesday, July 12, 2006

Give and take

Há uma medida para a durabilidade das coisas? Ou o que temos é uma noção totalmente relativista sobre a duração das mesmas, daí a idéia de que o bom dura pouco e o ruim custa a ir embora?
Ao que me parece – dado os últimos acontecimentos da minha vida estranha (mas qual vida não é estranha? isso já é outra questão) – as coisas mudam de lugar sem motivo, pelo menos aparentemente. Os mais otimistas e de espírito elevado diriam que o destino (?) nos coloca em circunstâncias contrárias à nossa vontade para que possamos evoluir. Preferiria que, pelo menos, essas “provações” viessem acompanhadas de um manual de usuário, talvez um help desk, já que do jeito que são, acabam por nos parecer uma seqüência aleatória de desventuras.
No meio das situações caóticas que tenho protagonizado os ciclos deram lugar a gráficos de difícil interpretação. Algo passa a fazer parte da sua vida e de repente...BUM! Lá vai aquela reta diagonal mergulhar em direção ao zero. Isso me faz pensar que a vida dos seres humanos está cada vez mais afastada da perfeição cíclica da natureza para se assemelhar ao caos de uma bolsa de valores: você passa a vida para acumular milhões, já está acostumado a ter carros, imóveis, viagens...Um dia você acorda, alguém explode em algum lugar e os milhões se foram. Normalmente, o motivo da perda é tão distante que não se consegue avaliar a real importância e relação com a sua vida.
Existe uma lógica na vida de dar e tomar de volta coisas com as quais você já estava acostumada?
Eu tenho (tinha) uma pinta, muito bonitinha, na minha segunda costela direita. Tenho-a desde que nasci (eu acho). Ela era redonda, pequena, em relevinho. Há uns três anos ela se foi, ficando uma mancha no lugar. Lembrei-me dela esses dias. Ao verificar como ela estava, percebi que está quase invisível. Por que ela foi embora? Era MINHA pinta. Poderia servir de identificação se me encontrassem morta sem documentos. Agora não, está mais clara que uma marca de espinha. Eu era a menina da pinta na segunda costela direita. Ficou só a menina e a costela (sabe-se lá até quando, vai que ela decide ir embora também). Aí você percebe que até coisas que faziam parte da sua identidade, não existem mais. O quão efêmero pode, então, ser o que surge ao longo da sua vida? Sempre pensamos na eternidade, que tudo vai ser muito duradouro, por mais que a gente escute o Vinícius martelando “que seja eterno enquanto dure”. Ele se esgoela e a gente não se toca. Até minha pinta vai embora e a gente não se toca. Se a intenção da vida é nos ensinar a lidar com a perda, deveria tentar por outros métodos.
Eu queria minha pinta de volta. Era bonitinha. E era minha. Era eu.

2 Comments:

At 8:43 AM, Blogger Juliana Ramos said...

Do mesmo jeito que algumas pintas desaparecem, outras surgem.. Não dizem que quando uma porta se fecha, abre-se uma janela? Eu não acho que as coisas se vão assim tão de repente. Sempre há sinais de que as mudanças estão chegando, mesmo que as vezes, nós estejamos tão ocupados lamentando as pintas que se foram, que não percebemos as novas aparecendo.

 
At 8:20 PM, Blogger Vesper Lynd said...

Assim como a Julie disse, as vezes nos preocupamos tanto com o passado que esquecemos de viver o presente. A vida é agora, o que passou, passou. Apenas seja feliz.

 

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