Começando
Depois desses ataques em São Paulo, fico pensando "Será que as pessoas ainda acham que o Brasil é um país calmo, sem guerras e sem preconceitos?" Lembro-me de ouvir na época do 11 de setembro que era muito bom o Brasil ser um país subdesenvolvido, porque assim não tínhamos guerras, ninguém vinha nos atacar. É quase pra dar risada. Quase. Naquele ano nós já existiam altos índices de violência e a guerra do tráfico. Os brasileiros sempre tiveram essa mania de achar que tudo é com os outros, seja no exterior ou em outros estados. Ninguém parecia se importar com o crime organizado em São Paulo. Violento, só o Rio de Janeiro, como se se tratasse de uma ilha no Círculo Polar e não nosso estado vizinho. O nosso subdesenvolvimento (principalmente, o do nosso pensamento) deu espaço pra violência se estruturar. É o que temos hoje: um Estado desorganizado contra um crime altamente organizado.
Nos últimos dia vimos que São Paulo foi o alvo dessa vez. Diante disso o que assistimos é um secretário de defesa apavorado, o governador Cláudio Lento...ops, Lembo, dizendo que tudo está na mais perfeita paz e recusando a ajuda da Polícia Federal, a USP dizendo que não suspenderá as aulas (sendo que lá não existe segurança nem pras situações cotidianas) e essas coisas todas que nos deixam perdidos, se sentindo (e algumas vezes, estando) no meio do fogo cruzado - entre as poucas balas disparadas por armas ridículas da PM e a farta munição e armamento pesado dos bandidos.
De repente, tudo pára. Todos dizem que não foi feito nenhum acordo com o crime organizado, que foi apenas uma "coincidência" a onda de violência cessar. Como disse minha mãe, até a Anita sabe que coincidências não existem. E nós sabemos que esse acordo velado foi a única medida tomada, que a segurança pública continuará sucateada, as instituições sem credibilidade, o povo pensando na copa da mundo, enfim, os gatos saem de casa, os ratos tomam conta.

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